Filme Carandiru




Na sequência inicial de Carandiru, novo longa de Hector Babenco, um preso ameaça outro de morte, por este ter assassinado seu pai. O acusado admite o crime, mas ao mesmo tempo conclui que as coisas não são como parecem. Todo o filme é mediado por Nego Preto (Ivan de Almeida), um ladrão e assassino eventual (como a maioria dos presidiários do filme) que consegue impor um pouco de ordem no caos que é, a vida no Carandiru. A tensa seqüência é toda filmada através de grades e é testemunhada pelo Dr. Dráuzio Varella, em seu primeiro dia de trabalho numa campanha de prevenção a AIDS no presídio.Varella narraria sua experiência no best-seller Estação Carandiru, um apanhado de pequenas histórias registradas pelo médico, que as transformou num poderoso retrato da vida em cárcere. Quando Hector Babenco, um ex-paciente de Dráuzio Varella, leu o escrito pelo médico, ficou fascinado com a humanidade que Varella conseguiu imprimir nos presos, criminosos condenados a passarem boa parte da vida atrás das grades por crimes muitas vezes hediondos, outras apenas casuais. Imediatamente, e para a surpresa do doutor tornado escritor, o cineasta afirmou que aquele seria seu próximo filme.

Por Mariana Novaes

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